Olá Pessoal

Esse livro/blog será postado Por capitulos semanais, vale a pena ressaltar que tudo que for escrito e postado aqui, conta com a autorização de todas as pessoas Citadas,mencionadas e até de forma indireta relatadas nesse livro, é um trabalho meu, mas que faço colocações de livros que leio, músicas que escuto, e histórias interessantes de amigos,colegas,conhecidos,e pasmem até de quem não gosta muito de mim, mas que de alguma forma encontrou no livro,uma forma de expressar todos os sentimentos, por que tambem pertencem a esse lugar chamado "VIDA"

1° Temporada em 12 Capítulos

sábado, 18 de dezembro de 2010

6° Capítulo - Nascem duas estrelas

Nos últimos capítulos de "Um lugar chamado vida" vimos que:
           Culler Boston enfim havia aceitado a morte de Samy, que Lyan Armstrong não havia sofrido ferimentos graves, e agora estava com seu pai, Serge, que o levara a sua antiga casa, a nostalgia tomou conta do momento deles, vimos também o resgate emocinante de Arnold, salvo por Leyton. A verdadeira historia começa agora.



            9 meses depois.

           - Buááááá! Buáááááa! (CHORO DE BÊBÊ)
            A avó do bebê que realizava o parto nem precisou dar-lhe a palmada, cortou o cordão, e entregou a menina a Arnold, ainda havia trabalho a fazer:
            - Lancy, você foi bastante corajosa até o momento, mas ainda preciso do seu último esforço - disse ela.
           Como que por uma força divina, Lancy, já exausta, fez o último esforço:
           - Buáááá! Buáááaáá! (CHORO DE BÊBÊ).
           A avó das meninas, olhou para Arnold espantada:
           - São duas meninas, saudáveis e fortes, parabéns papai.
           Arnold estava babando as meninas, tanto que esqueceu de levar para Lancy, que finalmente o chamou:
           - Arnold, posso ver minhas filhas agora?
           Meio que sorrindo, o pai coruja levou as meninas para Lancy, que as abraçou forte:
           - Precisamos de nomes não é? - ela parecia já ter decidido - Chamarão Luna e Lara, e eu as darei o sobrenome da minha mãe, não quero que elas carreguem o "Louis" do meu pai. O que você acha?
            Arnold quase não prestava atenção no que Lancy falava.
           - Arnold? - ela insistiu.
           - Hã? Ahhh, sim, está decidido serão chamadas Luna Bedelia e Lara Bedelia.


           Culler Boston estava num restaurante fino, à sua frente estava Lindsay, uma garota linda, ela era loira, olhos castanhos claros, e o tom de sua pele era suave, ele havia conhecido 9 meses atrás, quando estava no cemitério, e ele lembrava, como se tivesse sido ontem, das palavras que usaram:
            (9 meses antes)
           Do lado de dentro do cemitério, ao seu lado, Samy olhava o túmulo que o afligia tanto, Culler chorava demasiadamente, caiu de joelhos e perguntou:
           - Por que você me deixou?
           Olhou mais uma vez para o túmulo, onde estava escrito assim:
           "Aqui jaz Samy Minner, descanse em paz".
           Culler olhou para Samy, e continuou:
           - Por que você se foi? Tão de repente? - De alguma forma, Samy sabia que dessa vez, iria despedir-se de verdade:
           - Culler, já faz dois anos, você precisa aceitar a minha morte. Os planos que Deus tem para a sua vida são bem maiores do que um fantasma.
           Dessa vez Samy parecia feliz, sabia que era chegado o momento de partir, e continuou:
           - Levante a cabeça, vem vindo alguém, quero que você a conheça.
           Culler levantou a cabeça e viu uma jovem aproximando-se, olhou outra vez para Samy, que não estava mais lá, Culler sentiu paz.
            A jovem aproximou-se e perguntou:
           - Boa tarde. Desculpe-me, você é Culler Boston?
           Culler estava encantado com a beleza simples e cativante da moça, ela continuou:
           - Ai meu Deus, desculpe-me, não me apresentei, meu nome é Lindsay Stone, sou redatora do jornal local, e quero fazer uma matéria sobre você.
           Culler não estava mais raciocinando, de alguma forma, Deus havia armado aquele encontro, ele podia sentir. Simplismente olhou para o tumulo de Samy, sorriu, olhou para a moça e disse:
           - Quando começamos?
            E agora, nove meses depois, a matéria estava concluída, e eles estavam comemorando, naquele restaurante fino, com comida deliciosa, mas Culler tinha outra coisa em sua mente:
            - Lindsay, eu andei pensando, e... você não vai comer o bolinho?
            Ela esboçou um sorriso, e mordeu o bolo, como se já soubesse, de repente ela olhou para Culler espantada e disse:
           - Não acredito, Culler. Não acredito.
           Culler sorria, e enfim perguntou:
           - Quer casar-se comigo?
           Tirando a aliança da boca, Lindsay já estava chorando, levantou feito louca e foi abraçá-lo:
           - Sim, sim, sim... Culler Boston, eu aceito!



           A casa dos Armstrong, estava uma bagunça, Leyton andava de um lado para o outro, com caixas na mão, Lyan Armstrong estava no quarto vazio, sentiria falta daquela casa, mas talvez seria bom mudar de ares, já ouvira falar de Life city, por inumeras vezes, e sempre teve vontade de saber como era a cidade vizinha. Enfim, era chegada a hora, Mary entrou no quarto:
           - Lyan, hora de ir.
           Lyan levantou-se, ainda cabisbaixo, e andou em direção ao caminhão de mudança, iria partir, mas queria deixar toda a dor que sentia naquela casa, coisa que no fundo, sabia que era impossível.
           Seu tio, Leyton, do seu lado, tentava animar o garoto:
            - Ahh qual é, garotão? Você vai fazer novas amizades, vai conhecer umas garotas, e uma nova escola, não é tão ruim.
           Lyan não demorou a dar-lhe a resposta:
           - Tio, sem meu pai, nenhum lugar me interessa, nada nem ninguém vai me fazer feliz outra vez.
           Leyton pensou rapidamente e respondeu:
           - Você ainda é uma criança, ainda vai ter muitos amigos, amores, nada que vá substituir o seu pai, ou tapar esse vazio que ele deixou, mas te ajudarão a sobreviver. O importante numa crise, não é simplismente passar por ela e sim sobreviver a ela, e você é um garoto forte, amigão. Você é tão forte quanto seu pai. Eu sei que já contei essa história , umas 100 vezes para você, mas vou contar mais uma vez:
            "Era uma vez, uma família humilde, que morava numa cidade pequena no interior do estado, eram nove pessoas: o pai, a mãe, e sete filhos (seis meninos e uma linda menina). Era um casal normal, até o segundo filho nascer. O pai começou a beber, adulterar, e o pior de tudo, bater na esposa. Ela era refém dele, porque amava-o, e dependia dele. Com os filhos não era diferente, uma série de abusos, agressões, xingamentos, todos cresceram sob a sombra de um monstro que chamavam de pai. Até que um dia, o filho mais velho, cansado das agressões e abusos por parte do pai, teve uma idéia maluca, ele apesar da pouca cultura, havia escutado rumores de que uma cidade, perto da capital, acabara de inaugurar uma indústria e precisava de todo tipo de empregados. Depois de planejar e juntar dinheiro vendendo picolés, ele anunciou sua ideia para a mãe, a ideia era fugir da casa, da cidade, com ela e seus outros seis irmãos, a mãe hesitou por certo tempo, mas no final sabia que era melhor para ela e para seus filhos.
           Numa madrugada, tudo estava pronto, o garoto era determinado, acordou seus irmãos silenciosamente e sem deixar o pai notar, partiram.
           Chegaram em Riverland ao amanhecer. Com o dinheiro que havia juntado e com umas economias de sua mãe, o garoto hospedou-os num albergue que, apesar de sujo ao menos era quente, e foi à indústria recém inaugurada.
            Ao chegar lá, o garoto pediu para falar com o dono da fábrica, o que obviamente foi negado pelo segurança:
           - Hahahaha, então você quer falar com o dono? Garoto, nem eu que trabalho aqui não o vejo, vá embora!
            O garoto não ia desistir, sentou-se em frente à fábrica, matutando ideias, foi quando uma nota de cem caiu em seu colo, ele olhou para cima e pôde ver um senhor bem vestido, que lhe disse:
            - Pedir esmolas não vai solucionar seu problema, filho. Vá para casa, estude, quem sabe um dia você não precise estar em um lugar como esse.
            O garoto sentiu-se ofendido:
           - Não estava pedindo esmolas - gritou colocando a nota de cem no peito do homem. - Pegue seu dinheiro, não preciso dele, preciso de uma oportunidade, e vou encontrar.
           O homem estava maravilhado com o garoto, nunca havia conhecido alguém tão impetuoso em toda a sua vida, mas ainda era só um garoto, sujo, e assustado, então o homem disse:
           - É uma oportunidade que você quer?
           O garoto não respondeu, e o homem continuou:
           - Está vendo essa indústria? Ela é minha. Eu sou o dono, no entanto você ainda é novo para trabalhar com o que fazemos aqui, porém eu tenho uma vaga de entregador de documentos, e pela sua juventude, pode ser o que estou procurando.
            Os olhos do garoto encheram-se de entusiasmo. O homem retirou uma moeda, e estendeu para ele perguntando:
           - Está com fome?
           O garoto estava faminto, só consentiu com a cabeça.
           - Pegue, vá tomar um café da manhã.- disse o homem.
           Quando o garoto tocou a moeda com os dedos, o homem fez força e o garoto tentou arrancar a moeda, mas a força que o homem fazia não permitia que ele pegasse a moeda, então o garoto desistiu, e o homem disse:
           - Vai desistir facilmente? Tente de novo, faça mais força.
           Novamente o garoto tentou e depois de certo esforço conseguiu arrancar a moeda do homem, que finalmente concluiu:
           - Tudo, absolutamente tudo na vida, requer esforço, para que seja valorizado. Nunca esqueça disso, coisas fáceis, não compensam, tudo que é adquirido com suor e trabalho, tem valor. O homem virou-se, e andou em direção à Limusine, entrando nela, ele só baixou o vidro e disse:
            - Esteja aqui amanhã às 7:00h, estarei esperando você pessoalmente.
           Naquela noite, o garoto e sua família, passaram fome, mas havia uma esperança, e um sorriso no rosto de todos, porque haviam livrado-se do pai, e agora o garoto tinha um emprego, para que pudessem sobreviver com a mãe e os irmãos."
           Leyton olhou para Lyan profundamente e disse:
           - Eu sei que contei essa história um zilhão de vezes, mas há algo que não contei... - Leyton fez uma pausa, e enfim concluiu - O garoto em questão, é seu pai, essa historia é real, eu era um dos irmãos. Tenha muito orgulho do seu pai, porque ele salvou a mim, a meus irmãos e a nossa mãe.
          Lyan estava boquiaberto. Nunca imaginou que aquela história que antes ele achava chata, era a história de vida do seu pai. Finalmente entendeu o porquê de seu pai sempre ter sido tão forte e bem sucedido em tudo o que fazia. Lyan estava triste, mas naquele minuto, seu coração sorria...



Continua...

By Leonardo Amorim

sábado, 27 de novembro de 2010

5º Capítulo - A revelação

           "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo"
Hebreus 9:27



No último capítulo de "Um lugar chamado vida", vimos que:
            Arnold encontrava-se em uma cabana abandonada, e Lancy já havia saído em seu socorro, e Culler Boston andava sofrendo, sentindo falta do seu grande amor, Samy. Não ficou claro para nós, o real motivo da separação. Também vimos que, devido a encontros e desencontros Lyan sofreu um acidente, causado por Leyton Armstrong, seu tio.



           Culler Boston estava deprimido, havia acordado há cerca de 1 hora, mas ainda permanecia deitado olhando o calendário. Parecia um dia especial, mas não tinha forças para levantar-se, havia deixado a falta que sentia de Samy, tomar conta do pouco que ainda restara.
            Num lapso de coragem levantou-se, vestiu-se rapidamente e entrou no carro, dirigiu quase que sem rumo algum por poucos minutos, até que parou em frente ao cemitério de Riverland, olhou de dentro do carro, respirou fundo, então disse a si mesmo:
           - É agora Culler, hora da verdade.
           Do lado de dentro do cemitério, ao seu lado, Samy olhava o túmulo que o afligia tanto, Culler chorava demasiadamente, caiu de joelhos e perguntou:
           - Por que você me deixou?
           Olhou mais uma vez para o túmulo, onde estava escrito assim:
           "Aqui jaz Samy Minner, descanse em paz".
           Culler olhou para Samy, e continuou:
           - Por que você se foi? Tão de repente? - De alguma forma, Samy sabia que dessa vez, iria despedir-se de verdade:
           - Culler, já faz dois anos, você precisa aceitar a minha morte. Os planos que Deus tem para a sua vida são bem maiores do que um fantasma.
            Dessa vez Samy parecia feliz, sabia que era chegado o momento de partir, e continuou:
           - Levante a cabeça, vem vindo alguém, quero que você a conheça.
           Culler levantou a cabeça e viu uma jovem aproximando-se, olhou outra vez para Samy, que não estava mais lá, Culler sentiu paz.



            No hospital, Serge andava de um lado para o outro, já havia fumado diversos cigarros, e Leyton olhava para o relógio, seu amigo estava precisando dele, mas não contava com tamanho acontecimento. Evitava olhar para Serge, e só queria ouvir do médico que estava tudo bem com Lyan, para que prosseguisse em sua tarefa. O médico entrou na sala de espera com um ar tranquilizador:
           - Está tudo bem com nosso garoto, sofreu apenas lesões leves, e arranhões.
A paz tomou conta do lugar, mas principalmente de Leyton. Ele olhou profundamente nos olhos de Serge, e disse rapidamente:
            - Tenho que ir, Serge. Mais uma vez desculpe-me pelo acidente, mas não posso mais perder tempo, um amigo meu precisa de mim...
            Serge estava aliviado demais para contestar:
           - Tudo bem, eu levo Lyan para casa. Se cuida.



           Lancy Louis dirigia impetuosamente. O homem ainda estava a tapar sua boca. Ela já não reconhecia aquele lugar, a estrada havia se tornado de barro pisado, e o cenário era digno de um filme de terror. Lancy agora não só temia pela vida de Arnold, mas pela sua e do bebê. De longe avistou uma cabana abandonada, o homem vendo a cabana, enfim falou:
           - Pare aqui, daqui já está bom. Preste atenção garota, nós vamos entrar devagar, e você não vai fazer nenhum barulho, estamos entendidos?
           Lancy, ainda assustada, tentava parecer calma:
            - Entendido.
            Ambos desceram do carro, e pé ante pé direcionaram-se à cabana. Agora Lancy podia ver que o homem que a raptara era alto, de corpo robusto, mas não conseguia ver o seu rosto, em meio a tentativas frustradas de ver o rosto do homem, viu-se em frente à porta da cabana. O homem abriu a porta, e ela deparou-se com Arnold, preso em uma cadeira, desacordado. Não conseguiu segurar o grito:
            - Arnold.
            Duncan agora mostrando seu rosto, deu-lhe uma tapa, e ela caiu também desacordada.



            Serge e Lyan estavam voltando para casa em seu carro. Palavras poucas, o silêncio parecia obrigatório. Lyan queria perguntar ao pai se tinha mesmo forjado a árvore, enquanto Serge aguardava Lyan comentar sobre a mesma, mas não falaram muito, só coisas do tipo: "está doendo?", "já disse que não, pai", "explica-me como foi o acidente", "não lembro, pai". Serge então teve uma idéia, mudou bruscamente o carro de direção, Lyan sentiu vontade de perguntar aonde estavam indo, mas manteve o perturbador silêncio.
           Entraram num lugar familiar para o garoto. Assim que o carro entrou no local, as lágrimas começaram a cair do rosto de Lyan, que não as conteve. Estavam em frente à antiga casa que os Armstrongs haviam morado. Um filme passou na cabeça de do menino, lembrou que todos os momentos bons e felizes que se recordara, fora naquele local... olhou para Serge, que no momento também chorava, e o abraçou. Lyan estava sofrendo demais sem o pai por perto, era nítido.



           Agora Lancy e Arnold estavam amarrados juntos, de costas um para o outro. Duncan andava de um lado para o outro, parecia esperar alguém, estava impaciente, olhava para o relógio o tempo todo, até que, finalmente, olhou pela janela da cabana e conseguiu enxergar o carro de Rosemary, tomou um velho rifle em mãos, e falou:
            - Bom, gente, é hora de dizer aDeus, nada pessoal, só estou fazendo meu trabalho.
Tendo dito isso, Duncan levantou a arma na direção de Arnold, mas antes de disparar, ouviu a voz de Rosemary:
            - Duncan, não faça isso!
           Duncan virou-se, e seu coração quase saltou pela boca. Rosemary estava rendida, Leyton estava atrás dela com um revolver apontado para a sua cabeça.
            - Rose, o que significa isso?
            Rosemary não teve tempo pra responder, Leyton tomou sua frente e falou:
           - Bom, cara, acabou. Coloque o rifle no chão ou eu atiro.
           Duncan não podia acreditar, todo o seu plano havia ido por água abaixo, como ele teria vacilado tanto? Como tinham descoberto Rosemary? Onde havia falhado?
           Não tinha mais tempo para pensar, Rosemary era tudo o que ele tinha. Colocou o rifle no chão, e fez tudo o que Leyton ditava, soltou Arnold e Lancy, sentou em uma das cadeiras, Leyton fez Rosemary sentar na outra, e amarrou os dois.
           Depois disso, Leyton, Lancy e Arnold, entraram no carro de Leyton e partiram em direção a Riverland.
           Por um bom tempo ninguém ouviria falar de Arnold Shues e Lancy Silver...



Continua...

By Leonardo Amorim
Revisado por: Debora Sales

sábado, 20 de novembro de 2010

4º Capítulo - O acidente

           "Nesse momento há 6 bilhões, 470 milhões, 818 mil, 671 pessoas no mundo
           Algumas estão fugindo assustadas.
           Algumas estão voltando para casa.
          Algumas dizem mentiras para suportar o dia.
          Outras estão, somente agora, enfrentando a verdade.
          Alguns são maus indo contra o bem.
          E alguns são bons lutando contra o mal.
          Seis bilhões de pessoas no mundo,
          Seis bilhões de almas...
         E às vezes tudo que nós precisamos é apenas uma!"

By One Tree Hill


            No último Capítulo de Um lugar chamado vida, vimos que Arnold Foi capturado pelo homem assustador que estava perseguindo-o, de nome Duncan. Vimos também que uma suposta árvore de Dinheiro havia nascido próximo à casa dos Armstrongs. Enfim conhecemos mais dois personagens importantes para a história: os irmãos Derek e Culler Boston, o último possui um segredo que mudará o rumo de sua história.

 

           Arnold Shues acordou em uma cabana velha, pouca luz entrava pelas frestas do casebre, tentou mover-se, mas suas mãos estavam amarradas, também não conseguiu gritar, pois sua boca estava amordaçada. Quase teve um ataque de coração quando ouviu alguém abrir a porta. Agora, dentro daquela cabana, Duncan parecia maior. Ele não olhou pra Arnold, foi a um quarto, demorou um pouco e voltou. Dessa vez tinha malas em suas mãos, iria embora definitivamente. Arnold pensou consigo mesmo:
           "Não há mais chances para mim."



           Um carro a todo vapor cruzava Life City. Dentro dele estava Lancy Louis Silver que parecia preocupada, mas um tanto enfurecida, pois no fundo sabia que o que estava acontecendo tinha o dedo de seu pai, contudo não podia deixar que nada acontecesse, não com o homem que amava. Primeiro estacionou em frente ao CB, e como uma louca, entrou no estabelecimento:
           - Arnold! Arnold! - Gritava.
           - Lancy? Está tudo bem? - O dono do bar tentou acalmá-la.
           - Arnold. Ele está em perigo, tenho que ajudá-lo. - Ela fez uma pausa para recuperar o fôlego e controlar ás lágrimas.
           - Lancy, por que você não senta um pouco? Tenho certeza que tudo acabará bem.
           O dono do bar que nunca havia sido tão cordial, era de se estranhar porque sempre foi um homem de traços rudes e gestos grosseiros, antes de deixar-se persuadir saiu do local e voltou ao carro.
           Dentro do CB o dono do bar realizava um telefonema:
           - Sim, ela veio aqui, acabou de sair, na direção Norte!



            Lyan estava novamente recolhendo mais notas de dinheiro da sua árvore, já tinha uma quantidade razoável. Era tão fantástico. Entrou correndo em casa gritando para Mary:
           - Mãe! Mãe! Já tenho muito dinheiro para visitar meu pai e...
           Antes que terminasse, foi interrompido por Mary:
           - Vamos nos mudar.
           Naquele momento o mundo girou na cabeça de Lyan. Lembrou de tudo o que vivera nesses 6 anos, e tudo passou em uma fração de segundo, tentou manter-se firme como seu pai sempre o ensinou, contudo não conseguiu, explodiu:
           - Não me mudarei! Tenho tudo o que preciso aqui, por que você quer me levar para longe do meu pai? Dos meus amigos? Da minha árvore?
           Lyan enrolava suas palavras, misturadas com suas lágrimas, mas quando achava que o momento levava sua mãe a ser cruel, ela surpreendeu, e foi mais cruel:
           - Sua árvore estúpida? Deixe-me contar o que está acontecendo. Está mesmo na hora de você crescer. Hoje, quando voltei da sua escola, vi seu pai rondando nosso terreno. Escondi-me, e vi que ele estava colocando as notas na árvore. Seja lá o que você ache sobre fantasia, acorde! Dinheiros não dão em árvores. Era o bêbado do seu pai, o tempo todo.
           Lyan não chorava mais, estava anestesiado, tudo o que conseguiu dizer para sua mãe foi:
           - Eu te odeio!
           O garoto saiu correndo em direção à rua. Mary tentou segurá-lo, mas não conseguiu, e Lyan foi-se. Atravessou a rua com toda a velocidade, e pouco antes de alcançar o outro lado da calçada, foi atingido em cheio pela lateral de um carro, sendo arremessado a 3 metros dentro de um matagal que ficava na calçada. Ali Lyan apagou.



           Culler Boston estava na cama, ao seu lado estava a garota que amava. Sim, nunca havia amado ninguém tanto assim. Enfim começou um diálogo com ela:
           - Samy, o que deu errado? Quer dizer, éramos tão felizes, e de repente, não éramos mais. Queria que tudo voltasse a ser como antes.
          Sua voz erra trêmula, e sentia muito frio naquela noite. Samy, no entanto,respondeu com calor e carinho:
           - Culler, tenho observado você. Não tens encontrado com muitas garotas ultimamente. Amo-te e sei que me amas, mas precisas virar a página, seguir em frente, para que eu siga também.
           A segurança de Samy assustava Culler, que continuou:
           - Tenho medo. Tudo o que vivemos foi tão forte, tão único. Tenho medo que outra pessoa faça-me esquecer tudo isso. Não quero esquecer, Samy. Eu te amo.
           Samy levantou-se e foi em direção à porta, dizendo:
           - Não posso mais ficar aqui, não te faço bem. Tenho que ir, sinto muito Culler - Samy sempre foi tão decidida, que Culler sabia que não a faria voltar, mas tentaria até o momento que ela ultrapassasse a porta.
           - Samy, por favor, fique comigo essa noite? Por tudo o que já vivemos?
Samy simplesmente deu as costas, e foi-se. Junto com ela, a alegria que Culler sentia em estar com ela.



            Agora, Lancy estava indo em direção à casa de Arnold. Sabia do poder que seu pai possuía, e justamente por isso teria que tomar cuidado. Ao chegar a casa, notou que a porta estava aberta. Ela entrou e gritou o nome de Arnold por várias vezes... Sem resposta, vasculhou cada canto à procura de pistas, foi quando encontrou em cima do sofá, um bilhete, que não hesitou em abrir e ler:
            “Rosemary, Riverland, rua St. Louis, 145”.
            Por um momento Lancy sentiu profundo ciúme, mas não teve tempo para pensar nisso, tinha que apressar-se para ir à cidade vizinha. Riverland ficava a 8 quilômetros de Lifecity, e precisava correr. Saiu da casa a todo vapor, entrou no carro, quando uma mão tampou sua boca, o homem que estava no banco detrás, simplesmente falou:
            - Dirija.


           Os acontecimentos narrados a seguir aconteceram algumas horas antes de Lancy Silver ser atacada dentro do seu carro, e outra 26 minutos antes de Lyan descobrir que a árvore de dinheiro era uma farsa.
            Leyton Armstrong vivia há muito tempo em Riverland, viera ainda jovem, e sempre viveu à sombra de seu irmão mais velho, Serge Armstrong, e consequentemente da sua família, Mary e o pequeno Lyan. Nesse dia, Leyton, como de costume, acordou tarde, havia passado a noite fora, e só acordou com a insistência do telefone. Ele atendeu, era uma ligação da cidade vizinha, Lifecity, era um telefonema de um amigo aflito, Arnold Shues.
            Arnold estava assustado no telefone:
            - Leyton, preciso de sua ajuda. Estou sendo perseguido. Quero que você encontre alguém daí de Rivercity de nome é Rosemary, ela pode ser o único meio de salvar-me. Faça isso, encontre-a, e traga-o até aqui. Falei com ela hoje pela manhã ao telefone, o numero de sua casa é 145, em St. Louis.
           Leyton ainda com um pouco de sono, pediu para Arnold repetir tudo enquanto anotava em seu caderno, e depois perguntou:
           - E depois que eu localizá-la? O que faço?
           - Eu acho que tem o dedo do coronel Dude nessa história. Quero que você fique de olho em Lancy, ela pode estar correndo perigo. - Arnold foi enfático na resposta.
           - Mas é da filha dele de quem estamos falando – Disse Leyton, surpreso.
          - Justamente, esse homem é capaz de matar a própria mãe para conseguir o que quer. Tenho que ir, estou esperando-te aqui!
           Leyton saiu em disparada. Não podia perder tempo. Pegou seu velho carro, e dirigiu-se ao endereço que Arnold havia dado. Em uma fração de segundo, um garoto passou em sua frente. Ele freou o carro bruscamente, mas a lateral do automóvel acertou o garoto em cheio.
          Leyton não podia acreditar, havia atropelado um garoto. Olhou da janela lateral, e a sensação foi pior ainda. Seu sobrinho Lyan estava desacordado no chão...



CONTINUA...

By Leonardo Amorim
Revisão: Debora Sales

sábado, 13 de novembro de 2010

3º Capítulo - Árvore de Dinheiro (2º Parte)

            "Dinheiro não compra a Felicidade, mas a falta dele aumenta a possibilidade de coisas que a destroem acontecerem. O que destroi a felicidade de uma mãe ao ver seu filho morto, por que não tinha o que dar de comer, para seus irmãos? E nunca lhe foi dada a oportunidade em qualquer área que seja? Na escola era discriminado, na rua, chamado de ladrão, e onde chegava, olhado torto, até que a revolta, o desespero, falta de oportunidade, e a falta de DINHEIRO levaram-no a ser realmente a alcunha da qual chamavam-no. Tornou-se ladrão, e no primeiro assalto, devido à inexperiência, foi morto pelo assaltado.
 O dinheiro não traz felicidade, mas diminui as chances de uma mãe amargurar-se ao ver o filho ser morto pela falta dele”.
 By Leonardo Amorim


 
No último capitulo de "Um lugar chamado vida" vimos que:
             Arnold seguiu o seu algoz, e conseguiu arrancar informações sobre o mesmo. Em um telefonema, ele descobriu que o homem que tentara matá-lo, possuía um affair (romance) que atendia pelo nome de Rosemary.
 Também vimos que Lyan, saiu para dar uma volta de despedida com seu pai Serge, esse que, além de palavras de conforto, também o presenteou com uma nota de dez, rasgada, e pediu para Lyan, transformar a nota desgastada em uma fortuna, Lyan então enterrou a nota perto de sua casa, logo depois começou a chover...



 
            Amanheceu e Lyan lembrou-se da carta que havia escrito, pôs-se logo de pé e correu para ver se ainda estava no lugar. Ufa! Estava lá. Mal teve tempo de por de volta, quando ouviu a voz feminina de Mary, sua mãe:
            - O que é isso?
            Lyan não tinha escapatória, não sabia mentir pra sua mãe, logo respondeu:
            - Uma carta que fiz para o papai.
            Mary continuou:           
            - Posso ler?
            Lyan balançou a cabeça negativamente, porém ela insistiu:
           - Querido, eu sei que você sente falta do seu pai, e também sei que se esqueceu de entregar-lhe isso, não foi?
            Lyan continuou calado por segundos, olhando para o chão, mas olhou fundo nos olhos da mãe e disse:
            - Sim, esqueci de entregar. E não sei como vou fazê-lo agora que ele se foi.
            Mary parecia compadecida com a situação, e enfim disse:
            - Dê-me isso, entregarei ao seu tio Leyton, ele sabe onde encontrar seu pai.
            Lyan a abraçou forte, e entregou a carta. Correu para a sala, onde parou estatelado diante da janela e da cena que se seguia lá fora. Sem olhar pra Mary, ele perguntou:
            - Mãe, quanto tempo é necessário para uma árvore crescer?
            A mãe sem entender, respondeu aproximando-se da janela:
            - Não sei querido, por que você está... - antes de concluir, boquiaberta, ela olhou a cena. Estava lá, bem no lugar onde Lyan havia enterrado a nota de 10, uma arvore média, com várias notas de dez, penduradas, e caídas no chão. Seria um sonho?
      

 
            Arnold estava agora em sua casa, um local tranquilo e um pouco afastado da vida urbana em life city. Estava pensando no telefonema que havia dado para Rosemary, e no que havia descoberto. Sim, era grandiosa e valiosa a informação que ele tinha em mãos, mas precisava da pessoa certa para ajudá-lo. Em meio a seus pensamentos, o telefone tocou, demorou um pouco para voltar à realidade, mas quando voltou, logo atendeu:
            - Alô? - Arnold falou bruscamente.
            - Preciso ver você. -Uma voz feminina aflita.
            - Não é uma boa ideia. Fui perseguido esta tarde, acho que seu pai está tentando matar-me. -  Falou com raiva.
            - ESTOU GRÁVIDA. - Falou a moça.
            - Lancy Louis, diga que isso é uma brincadeira?
            Antes de ouvir a resposta, Arnold foi ao chão.  Uma pancada lhe atingira a cabeça e ele desmaiou. Duncan o atingiu com uma coronhada na nuca, e Arnold, antes de perder os sentidos, ouviu:
            - Bons sonhos.
            No outro lado da linha, Lancy Louis, filha do coronel da cidade, estava desesperada:
            - Arnold? Arnold? Você esta aí?... Arnold?... - Duncan arrancou o telefone da linha, pegou Arnold nas costas e foi-se. Não foi visto por ninguém, e subiu em direção à River Forest, a floresta de Life City.



Como era cedo demais, e a árvore estava plantada em um local escondido, ninguém notou a presença dela ali. Lyan agora veementemente e sorridente, recolhia as notas que estavam espalhadas no chão. Sua mãe ainda sem acreditar, perguntava-se como seria possível um absurdo desses, e tentava encontrar uma explicação lógica para tudo isso, mas não conseguia. A vontade que tinha, era a de ajudar seu filho a recolher o dinheiro. Deveria ser uma brincadeira de mau gosto, mas eram notas reais, e ela pôs-se a vasculhar cada centímetro de chão, à procura de mais dinheiro. Antes de recolher a última nota que sobrara, foi empurrada de uma forma tão violenta que, de sua mão, caiu todo o dinheiro que tinha recolhido. Lyan olhou na direção do pequeno vulto que sorria, foi quando conseguiu ver o rosto de um menino, e pensou consigo mesmo:
            - Derek Boston, desgraçado!

           Derek Boston, 8 anos, há tempos vinha causando problemas de todos os tipos para Lyan. Era um garoto encrenqueiro, e mal educado, que tivera a infelicidade de conhecer no colégio. Seus pais eram Nigel Boston e Nancy Boston. Eram de grande poder de influência na cidade. Da família, o único que se salvava, era Culler Boston, filho mais velho do casal, e que sempre tentava pôr um pouco de juízo na cabeça do irmão Derek, mas além de bom senso, e extrema cordialidade, Culler também tinha um segredo, que logo seria desvendado.
          - Derek, o que pensa que está fazendo? - Retrucou Mary ainda tentando levantar-se.
         - Então, Lyan, você realmente tem uma árvore de dinheiro? Todos precisam saber disso. -Derek tinha um tom ameaçador apesar da pouca idade.
         - Derek, já chega! - Uma voz forte, firme e confiante soou no meio da manhã. - Hora de ir à escola, garoto! Perdoe meu irmão, Sra Mary. - Culler estendeu a mão, e levantou a senhora, depois tomou o dinheiro da mão de Derek e devolveu a Lyan, dizendo - leve seu dinheiro, você é um bom garoto, não deixe que ninguém tire isso de você!
         Ambos, Culler e Derek, afastaram-se, enquanto Mary, ainda incrédula com a árvore, tomou Lyan pela mão e simplesmente andou em direção à escola.
         Horas mais tarde, Culler Boston observava a cidade da janela. Uma lágrima desceu de seu rosto, e antes que caísse no chão, foi enxugada por uma delicada mão de garota, e ela disse:
        - Porque choras Culler? Estou aqui!
        Culler respondeu ainda recompondo-se:
        - Passe essa noite aqui comigo? Como nos velhos tempos...



        Continua...


By Leonardo Amorim
Revisão: By Debora Sales

domingo, 7 de novembro de 2010

2º Capítulo - Árvore de Dinheiro (1º Parte)



        "Você já teve um sonho que parecia tão real que quando acordou não sabia em que acreditar? O que você faria se o que você pensou fosse verdade, e se o que você pensou não fosse verdade? Você iria retirar-se dos seus sonhos com a esperança de encontrar uma realidade mais perfeita?
         Às vezes a vida é mais estranha do que um sonho. O único caminho é você acordar
e enfrentar as mentiras ocultadas na sua alma e você só pode esperar que naqueles momentos de reflexão escura você não seja sozinho."

By One Tree Hill


No Ultimo capitulo de "Um lugar chamado vida" vimos que:
                     
    
          Lyan escreveu uma carta para Serge, seu pai, e encontrou uma carta, de sua mãe também destinada a Serge. Ele não sabia como entregar a carta ao pai, quando teve a ideia de pedir para o tio, Leyton, entregá-la, mas para sua surpresa quando esperava seu tio aparecer, eis que surge diante de seus olhos, o prórpio Serge, seu pai.


      
         Longe dali, em Life City, Arnold Chues, o balconista do CB (Courriers Bar), sofreu uma tentativa de assassinato, por um homem cuja aparência era assustadora, que logo reencontraria...
                                

                      
        Arnold Chues sempre foi um rapaz educado e prestativo, começou a trabalhar logo cedo, para ajudar a família. Sua casa ficava localizada na área rural de Life City. Arnold tinha 19 anos, e andava encontrando-se às escuras com a filha do homem mais poderoso da cidade, o Coronel Louis, talvez daí tenha vindo o motivo pelo qual ele já estaria preparado para o pior. Foi muito rápido do tempo em que o homem perguntou pelo rapaz da foto até o momento em que Arnold estava, escondido em um beco escuro, à espera do pior. Abaixou-se quando ouviu um ruído aproximando-se e passando adiante do beco, era o tal homem misterioso. Teve tempo de pensar antes de tomar a decisão,e tomou:
       "Vou segui-lo!"
       Resolveu seguir o homem, e o fez. Passo ante passo, de longe e escondendo-se, viu o grande homem entrar em uma das ruas da cidade, e parar em frente a um telefone público. Puxou o telefone do gancho, e imediatamente discou rápido. Arnold aproximou-se para ouvir a conversa, e escondeu-se atrás de uma lata de lixo que havia por ali, tudo o que conseguiu ouvir foi o homem mudar de voz, e falar meio derretido ao telefone:
       - Alô? Rosemary? É Duncan. Estou ligando de Life City. Estou quase terminando o serviço por aqui... - longo silêncio, provavelmente Rosemary estava falando. - Entendi, meu amor, mas preciso de mais tempo, não posso voltar para casa de mãos vazias, esse serviço dará bastante lucro, não posso voltar enquanto não terminá-lo - mais uma vez silêncio. Dessa vez bem curto. - Está bem. Assim que eu terminar aqui nessa cidadezinha, volto pra você, meu amor.
       O homem desligou o telefone e olhou em direção ao lixo, Arnold imediatamente abaixou-se. Teve que manter o controle quando ouviu os passos aproximando-se, o homem parecia vê-lo, mas simplismente parou, olhando a velha lata, Arnold já preparava-se pra dar um salto, quando o homem resmungou algum palavrão e cuspiu o chiclete que estava mascando desde cedo na lata de lixo, e foi-se.
       Arnold estava quase borrado de medo, tanto que não havia mais coragem para continuar seguindo-o, simplismente esperou o homem desaparecer na esquina da próxima rua. Levantou-se para voltar para casa, quando subtamente lhe ocorreu uma ideia, ele virou-se lentamente, e olhou para o telefone como se tivesse descoberto a roda. Levantou a sombrancelha direita, deu um sorrisinho, e tirou o telefone do gancho. Discou o redial e esperou, segundos depois alguém atendeu:
       - Alô? - voz feminina.
       - Alô? - Arnold respirou fundo. - Rosemary?

                     

      Aquela noite foi difícil na casa dos Armstrongs, Lyan estava tão empolgado com a presença de Serge, que esqueceu da carta, esqueceu de tudo, até esqueceu que seu pai não havia ido embora. O jantar foi silencioso, podia-se ouvir apenas os sorrisos do garoto, e só era vista a alegria que havia em seus olhos. No final do jantar, Serge, que parecia embriagado, tomou-lhe em seus braços e disse:
       - Vamos dar uma volta?
       E lá estavam os dois Armstrongs, no meio de uma feira livre vazia. Eles não conversaram por um bom tempo, e tinham tanto para contar um ao outro, mas antes que Lyan começasse qualquer falatório, Serge agora mostrando toda a sua embriaguez, começou seu proprio falatório e disse assim:
       - Filho, eu estou saindo de casa, quero que você seja forte, como o papai ensinou-lhe a ser, e cuide da sua mãe. Hoje, você ainda não tem idade para perceber o que esta acontecendo, mas logo entenderá e poderá decidir com quem ficar - Serge fez uma pausa, e tirou uma nota de 10 reais rasgada, e continuou:
       - Vou dar-te este dinheiro, e sua obrigação é transformá-lo em uma fortuna. Dê seu jeito, eu te ensinei isso, e você vai conseguir, eu sei que vai.
       O garoto tomou a nota e guardou-a com cuidado, com medo de rasgá-la ainda mais, e voltaram. No caminho, Serge tropeçou e caiu, Lyan sentiu vontade de chorar, mas segurou o choro e, como se tivesse braços fortes, ajudou-o a levantar-se, Serge olho-o nos olhos e chorou. Eles inverteram os papéis, Serge era o menino, e Lyan o homem forte. Ao erguer-se, Serge continuou andando, mas Lyan parou no tempo olhando um terreno que ficava entre a feira livre, e a casa onde moravam, depois de muito examinar, ele gritou:
       - Pai, espera, vou fazer uma coisa.
       Serge estava bêbado demais para perceber o que Lyan fazia. O garoto correu em direção ao terreno, cavou um buraco raso, e colocou a nota, depois disso perguntou a Serge:
       - Pai, não temos água para regar?
       Serge respondeu olhando para o céu:
       - Que sorte a sua, garoto. Parece que vai chover.
       Imediatamente a chuva começou a cair sobre Lyan, Serge e sobre o terreno onde a nota estava plantada.


 
       Continua...

By Leonardo Amorim

sábado, 30 de outubro de 2010

1º Capitulo - As Cartas

          "Então percebemos que tudo que começa errado, termina errado, a não ser que a percepção
seja aguçada a ponto de nos levar ao entendimento de que, se durante o rumo da nossa história nós tentarmos reverter o meio, não importa o principio, o Fim poderá ser melhor de acordo com as atitudes que temos no meio".
By leonardo Amorim



              A inocência não permitia que o garoto entendesse o que se passava, ele não sentia vontade de chorar, e era bastante inteligente a ponto de saber que não caberia perguntar a ninguém o que estava acontecendo, tudo o que sentia era saudade, e foi movido por ela que resolveu tomar em sua mão direita o velho caderno e o lápis, quase no fim, e com força escreveu assim:            
             "Nada mais é como antes, chegam às 19:00 e você não vem com elas. Olho para a minha mãe e ela não olha mais nos meus olhos, também notei a falta de algumas coisas em casa, não me enxugo mais com a sua toalha, e lembro-me bem de como você chacoalhava minha cabeça com ela. Depois que tomávamos banho, lembro que sentava no seu pé para que você fizesse seus abdominais. Não importava o tempo que passava, todo dia eu contava, eram 3 horas, da hora em que você chegava até a hora que ia deitar, e todo dia, eu esperava ansioso por você. Um pouco antes de você sumir, também tinha notado algumas mudanças no seu comportamento e no dela, vocês mal se falavam, mal se olhavam, e pareciam disputar a minha atenção, como a um troféu. Eu não entendia, talvez um dia entenderia, mas não entendia, só queria que você voltasse. Sinto falta do seu abraço,e  sinto falta do amor que você e minha mãe sentiam um pelo outro, do amor que eu fazia questão de querer imitar. No colégio, alguns amigos disseram-me que era normal os pais separarem-se, mas não entendi bem  que eles queriam dizer. Tudo o que sei, e isso eu sei, é da saudade que sinto de você, e de como eu queria que você voltasse. Como eu queria acordar desse pesadelo que não tem fim! Se essa carta puder te trazer de volta, não hesitarei em errar o mínimo possível, você sempre exigiu tanto de mim, por isso vou passar a limpo quando terminar, e aparar as hastes da folha, como você sempre exigiu.
             Hoje fiz uma prova, mas não me saí bem, tenho certeza, pois você não saía da minha cabeça. Preciso de você aqui, como referencial. Se essa carta fizer você voltar, farei questão de que chegue até você.
             Te amo, pai. Volta logo..."
             Ao terminar a carta o garoto tomou um envelope encardido, seria reaproveitado por ele, era uma carta que ele havia encontrado nas coisas de sua mãe. Ao tirar o conteúdo, leu a carta que estava dentro, que dizia:
             "Não sei como contar-te, nem sei como fazer, mas preciso de um tempo. Eu percebi que tudo aconteceu muito rapido, e foi tudo tão cedo, o casamento, a gravidez, NÓS. Ontem, enquanto você dormia te observei, e percebi que você não é mais a pessoa por quem me apaixonei, lembro bem de como você era simples, e me tornou simples. Lembro de uma ocasião em que morávamos numa casa apertadíssima, e começou a chover dentro dela Estávamos com tanto frio que só tínhamos um ao outro pra recorrer, e foi tão dificil, mas tão gratificante, estar com você naquela casa simples, e nos amávamos tanto. Hoje eu olho pra essa grande casa, para nosso aquecedor, não há mais frio, não há mais simplicidade, nem ao nosso redor, nem nas nossas atitudes, está tudo tão mecânico, perdemos o sentido da vida. Não tenho coragem de contar isso olhando para você, por isso estou escrevendo pra dizer, eu ainda te amo, só não estou mais apaixonada por você.
             Sinto muito, eu quero o divórcio...."



             Um ruído aproximava-se do quarto, uma mulher morena e de voz suave aproximava-se, o garoto só teve tempo para colocar tudo embaixo da cama, e perceber o olhar triste e distante dela dizendo:
            - Hora de dormir, apague essa luz, tem aula amanhã.
            Antes que ela percebesse a tensão em seus olhos, ele simplismente virou o rosto em direção à parede e respondeu:
            - Até amanhã, mãe. Eu te amo!
            Ao amanhecer, a primeira coisa que fez ao levantar-se foi assinar a carta que havia escrito para seu pai, assim:
            De: Lian Armstrong
            Para: Serge Armstrong

                          

            Life City era uma cidadezinha localizada entre as montanhas. De cima, em um mapa, tinha formato parecido com o de um coração. Seu primeiro nome havia sido Hearth City, por conta da figura geométrica que a cidade formava, mas devido aos problemas cardíacos vividos na década de 50, o prefeito da época e a poupulação chegaram a um consenso de mudar o nome da cidade. Venhamos e convenhamos, cidade do coração, com um monte de gente morrendo por doenças cardíacas não soava legal, enfim, voltando a cidade, ela era pacata, e a média de idade de seus moradores era baixa, a estimativa de vida também, o clima era razoável, pouca chuva, muito calor no verão, muita chuva e frio no inverno e era inverno, e chovia bastante, quando uma figura grande e sombria caminhava pelas ruas da cidade. A figura dirigia-se a um estabelecimento, conhecido como Courriers Bar, ou simplismente CB.
           A porta do CB abriu-se e a pessoa entrou, ainda com o chapéu cobrindo o rosto sentou-se em uma cadeira no balcão do bar e resmungou:
           - Estou procurando este homem - disse ele mostrando uma foto ao balconista.
           - Não o conheço, sinto muito - respondeu o balconista, com voz trêmula.
           Ao perceber que a voz do balconista havia mudado, o homem levantou a cabeça para olhar o jovem mas antes que conseguisse, o jovem pulou o balcão e saiu correndo em direção à porta.
           Toda ação gera uma reação, e a do estranho foi engatilhar um velho revolver e atirar em direção ao rapaz, mas sem sucesso... calmamente ele levantou-se e foi atrás do rapaz, sem correr, só andando, deixou a foto caída no balcão do bar, e no verso da foto estava escrito:
           Matar Arnold Chues - o rapaz da foto!

                        

           Agora, Lyan encontrava-se no colégio, passou o dia pensando em como entregar a carta para o pai. Foi quando teve a ideia. Seu tio era o único em quem poderia confiar, não só por que seus nomes eram parecidos, mas por que desde a infância era o parente mais próximo que tinha. Depois de ter a ideia falou consigo mesmo:
          "Leyton Armstrong. Tio você é minha chance".
            Leyton era o que podíamos chamar de conquistador à moda antiga, não era uma boa influência para o sobrinho, e talvez por isso despertasse tanta admiração no mesmo. Tocava violão, escrevia livros (familiar?), nunca havia casado, tocava em bares, rodinhas de samba, e vez por outra, era pego correndo pelado com as calças na mão. Era uma figura! Mas andava triste, seu irmão mais velho, Serge, estava divorciando-se, e como era dele que vinha a verba para suas aventuras, sentia-se envergonhado de pedir mais dinheiro para suas farras, então simplismente calou-se.
           Naquela noite, Lyan não parava de perguntar se seu tio Luan iria vir vistiá-lo, mas a mãe desconversava, e o tempo todo o mandava dormir, até qua a campanhia tocou.
          Lyan correu em direção à porta, entusiasmado, e não perdeu nem um pouco do entusiasmo quando a abriu, lá estava diante de seus olhos, era um Armstrong, mas não era Leyton, e sim Serge. Era seu pai! Lyan só o abraçou forte, não queria mais largá-lo. Nunca mais!



Continua...

By Leonardo Amorim

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Prólogo

                                


        Há um lugar chamado "vida". Nele teremos uma cidade fictícia que chamaremos de Life City, mas com personagens reais, com nomes também fictícios.
        Um lugar onde tudo é sempre intenso, forte, VIVO.
       Começaremos destacando no 1º capitulo uma carta, escrita por um dos moradores desse lugar. Quem conhece a história saberá de quem estou falando, quem não conhece, terá outras chances de conhecer no decorrer do livro, por enquanto esta carta é tudo que temos para começar a desenhar a história surpreendente e maravilhosa que se segue.

Boa leitura!