Nos últimos capítulos de "Um lugar chamado vida" vimos que:
Culler Boston enfim havia aceitado a morte de Samy, que Lyan Armstrong não havia sofrido ferimentos graves, e agora estava com seu pai, Serge, que o levara a sua antiga casa, a nostalgia tomou conta do momento deles, vimos também o resgate emocinante de Arnold, salvo por Leyton. A verdadeira historia começa agora.
9 meses depois.
- Buááááá! Buáááááa! (CHORO DE BÊBÊ)
A avó do bebê que realizava o parto nem precisou dar-lhe a palmada, cortou o cordão, e entregou a menina a Arnold, ainda havia trabalho a fazer:
- Lancy, você foi bastante corajosa até o momento, mas ainda preciso do seu último esforço - disse ela.
Como que por uma força divina, Lancy, já exausta, fez o último esforço:
- Buáááá! Buáááaáá! (CHORO DE BÊBÊ).
A avó das meninas, olhou para Arnold espantada:
- São duas meninas, saudáveis e fortes, parabéns papai.
Arnold estava babando as meninas, tanto que esqueceu de levar para Lancy, que finalmente o chamou:
- Arnold, posso ver minhas filhas agora?
Meio que sorrindo, o pai coruja levou as meninas para Lancy, que as abraçou forte:
- Precisamos de nomes não é? - ela parecia já ter decidido - Chamarão Luna e Lara, e eu as darei o sobrenome da minha mãe, não quero que elas carreguem o "Louis" do meu pai. O que você acha?
Arnold quase não prestava atenção no que Lancy falava.
- Arnold? - ela insistiu.
- Hã? Ahhh, sim, está decidido serão chamadas Luna Bedelia e Lara Bedelia.
Culler Boston estava num restaurante fino, à sua frente estava Lindsay, uma garota linda, ela era loira, olhos castanhos claros, e o tom de sua pele era suave, ele havia conhecido 9 meses atrás, quando estava no cemitério, e ele lembrava, como se tivesse sido ontem, das palavras que usaram:
(9 meses antes)
Do lado de dentro do cemitério, ao seu lado, Samy olhava o túmulo que o afligia tanto, Culler chorava demasiadamente, caiu de joelhos e perguntou:
- Por que você me deixou?
Olhou mais uma vez para o túmulo, onde estava escrito assim:
"Aqui jaz Samy Minner, descanse em paz".
Culler olhou para Samy, e continuou:
- Por que você se foi? Tão de repente? - De alguma forma, Samy sabia que dessa vez, iria despedir-se de verdade:
- Culler, já faz dois anos, você precisa aceitar a minha morte. Os planos que Deus tem para a sua vida são bem maiores do que um fantasma.
Dessa vez Samy parecia feliz, sabia que era chegado o momento de partir, e continuou:
- Levante a cabeça, vem vindo alguém, quero que você a conheça.
Culler levantou a cabeça e viu uma jovem aproximando-se, olhou outra vez para Samy, que não estava mais lá, Culler sentiu paz.
A jovem aproximou-se e perguntou:
- Boa tarde. Desculpe-me, você é Culler Boston?
Culler estava encantado com a beleza simples e cativante da moça, ela continuou:
- Ai meu Deus, desculpe-me, não me apresentei, meu nome é Lindsay Stone, sou redatora do jornal local, e quero fazer uma matéria sobre você.
Culler não estava mais raciocinando, de alguma forma, Deus havia armado aquele encontro, ele podia sentir. Simplismente olhou para o tumulo de Samy, sorriu, olhou para a moça e disse:
- Quando começamos?
E agora, nove meses depois, a matéria estava concluída, e eles estavam comemorando, naquele restaurante fino, com comida deliciosa, mas Culler tinha outra coisa em sua mente:
- Lindsay, eu andei pensando, e... você não vai comer o bolinho?
Ela esboçou um sorriso, e mordeu o bolo, como se já soubesse, de repente ela olhou para Culler espantada e disse:
- Não acredito, Culler. Não acredito.
Culler sorria, e enfim perguntou:
- Quer casar-se comigo?
Tirando a aliança da boca, Lindsay já estava chorando, levantou feito louca e foi abraçá-lo:
- Sim, sim, sim... Culler Boston, eu aceito!
A casa dos Armstrong, estava uma bagunça, Leyton andava de um lado para o outro, com caixas na mão, Lyan Armstrong estava no quarto vazio, sentiria falta daquela casa, mas talvez seria bom mudar de ares, já ouvira falar de Life city, por inumeras vezes, e sempre teve vontade de saber como era a cidade vizinha. Enfim, era chegada a hora, Mary entrou no quarto:
- Lyan, hora de ir.
Lyan levantou-se, ainda cabisbaixo, e andou em direção ao caminhão de mudança, iria partir, mas queria deixar toda a dor que sentia naquela casa, coisa que no fundo, sabia que era impossível.
Seu tio, Leyton, do seu lado, tentava animar o garoto:
- Ahh qual é, garotão? Você vai fazer novas amizades, vai conhecer umas garotas, e uma nova escola, não é tão ruim.
Lyan não demorou a dar-lhe a resposta:
- Tio, sem meu pai, nenhum lugar me interessa, nada nem ninguém vai me fazer feliz outra vez.
Leyton pensou rapidamente e respondeu:
- Você ainda é uma criança, ainda vai ter muitos amigos, amores, nada que vá substituir o seu pai, ou tapar esse vazio que ele deixou, mas te ajudarão a sobreviver. O importante numa crise, não é simplismente passar por ela e sim sobreviver a ela, e você é um garoto forte, amigão. Você é tão forte quanto seu pai. Eu sei que já contei essa história , umas 100 vezes para você, mas vou contar mais uma vez:
"Era uma vez, uma família humilde, que morava numa cidade pequena no interior do estado, eram nove pessoas: o pai, a mãe, e sete filhos (seis meninos e uma linda menina). Era um casal normal, até o segundo filho nascer. O pai começou a beber, adulterar, e o pior de tudo, bater na esposa. Ela era refém dele, porque amava-o, e dependia dele. Com os filhos não era diferente, uma série de abusos, agressões, xingamentos, todos cresceram sob a sombra de um monstro que chamavam de pai. Até que um dia, o filho mais velho, cansado das agressões e abusos por parte do pai, teve uma idéia maluca, ele apesar da pouca cultura, havia escutado rumores de que uma cidade, perto da capital, acabara de inaugurar uma indústria e precisava de todo tipo de empregados. Depois de planejar e juntar dinheiro vendendo picolés, ele anunciou sua ideia para a mãe, a ideia era fugir da casa, da cidade, com ela e seus outros seis irmãos, a mãe hesitou por certo tempo, mas no final sabia que era melhor para ela e para seus filhos.
- Lindsay, eu andei pensando, e... você não vai comer o bolinho?
Ela esboçou um sorriso, e mordeu o bolo, como se já soubesse, de repente ela olhou para Culler espantada e disse:
- Não acredito, Culler. Não acredito.
Culler sorria, e enfim perguntou:
- Quer casar-se comigo?
Tirando a aliança da boca, Lindsay já estava chorando, levantou feito louca e foi abraçá-lo:
- Sim, sim, sim... Culler Boston, eu aceito!
A casa dos Armstrong, estava uma bagunça, Leyton andava de um lado para o outro, com caixas na mão, Lyan Armstrong estava no quarto vazio, sentiria falta daquela casa, mas talvez seria bom mudar de ares, já ouvira falar de Life city, por inumeras vezes, e sempre teve vontade de saber como era a cidade vizinha. Enfim, era chegada a hora, Mary entrou no quarto:
- Lyan, hora de ir.
Lyan levantou-se, ainda cabisbaixo, e andou em direção ao caminhão de mudança, iria partir, mas queria deixar toda a dor que sentia naquela casa, coisa que no fundo, sabia que era impossível.
Seu tio, Leyton, do seu lado, tentava animar o garoto:
- Ahh qual é, garotão? Você vai fazer novas amizades, vai conhecer umas garotas, e uma nova escola, não é tão ruim.
Lyan não demorou a dar-lhe a resposta:
- Tio, sem meu pai, nenhum lugar me interessa, nada nem ninguém vai me fazer feliz outra vez.
Leyton pensou rapidamente e respondeu:
- Você ainda é uma criança, ainda vai ter muitos amigos, amores, nada que vá substituir o seu pai, ou tapar esse vazio que ele deixou, mas te ajudarão a sobreviver. O importante numa crise, não é simplismente passar por ela e sim sobreviver a ela, e você é um garoto forte, amigão. Você é tão forte quanto seu pai. Eu sei que já contei essa história , umas 100 vezes para você, mas vou contar mais uma vez:
"Era uma vez, uma família humilde, que morava numa cidade pequena no interior do estado, eram nove pessoas: o pai, a mãe, e sete filhos (seis meninos e uma linda menina). Era um casal normal, até o segundo filho nascer. O pai começou a beber, adulterar, e o pior de tudo, bater na esposa. Ela era refém dele, porque amava-o, e dependia dele. Com os filhos não era diferente, uma série de abusos, agressões, xingamentos, todos cresceram sob a sombra de um monstro que chamavam de pai. Até que um dia, o filho mais velho, cansado das agressões e abusos por parte do pai, teve uma idéia maluca, ele apesar da pouca cultura, havia escutado rumores de que uma cidade, perto da capital, acabara de inaugurar uma indústria e precisava de todo tipo de empregados. Depois de planejar e juntar dinheiro vendendo picolés, ele anunciou sua ideia para a mãe, a ideia era fugir da casa, da cidade, com ela e seus outros seis irmãos, a mãe hesitou por certo tempo, mas no final sabia que era melhor para ela e para seus filhos.
Numa madrugada, tudo estava pronto, o garoto era determinado, acordou seus irmãos silenciosamente e sem deixar o pai notar, partiram.
Chegaram em Riverland ao amanhecer. Com o dinheiro que havia juntado e com umas economias de sua mãe, o garoto hospedou-os num albergue que, apesar de sujo ao menos era quente, e foi à indústria recém inaugurada.
Chegaram em Riverland ao amanhecer. Com o dinheiro que havia juntado e com umas economias de sua mãe, o garoto hospedou-os num albergue que, apesar de sujo ao menos era quente, e foi à indústria recém inaugurada.
Ao chegar lá, o garoto pediu para falar com o dono da fábrica, o que obviamente foi negado pelo segurança:
- Hahahaha, então você quer falar com o dono? Garoto, nem eu que trabalho aqui não o vejo, vá embora!
O garoto não ia desistir, sentou-se em frente à fábrica, matutando ideias, foi quando uma nota de cem caiu em seu colo, ele olhou para cima e pôde ver um senhor bem vestido, que lhe disse:
- Pedir esmolas não vai solucionar seu problema, filho. Vá para casa, estude, quem sabe um dia você não precise estar em um lugar como esse.
O garoto sentiu-se ofendido:
- Não estava pedindo esmolas - gritou colocando a nota de cem no peito do homem. - Pegue seu dinheiro, não preciso dele, preciso de uma oportunidade, e vou encontrar.
O homem estava maravilhado com o garoto, nunca havia conhecido alguém tão impetuoso em toda a sua vida, mas ainda era só um garoto, sujo, e assustado, então o homem disse:
- É uma oportunidade que você quer?
O garoto não respondeu, e o homem continuou:
- Está vendo essa indústria? Ela é minha. Eu sou o dono, no entanto você ainda é novo para trabalhar com o que fazemos aqui, porém eu tenho uma vaga de entregador de documentos, e pela sua juventude, pode ser o que estou procurando.
Os olhos do garoto encheram-se de entusiasmo. O homem retirou uma moeda, e estendeu para ele perguntando:
- Está com fome?
O garoto estava faminto, só consentiu com a cabeça.
- Pegue, vá tomar um café da manhã.- disse o homem.
- Hahahaha, então você quer falar com o dono? Garoto, nem eu que trabalho aqui não o vejo, vá embora!
O garoto não ia desistir, sentou-se em frente à fábrica, matutando ideias, foi quando uma nota de cem caiu em seu colo, ele olhou para cima e pôde ver um senhor bem vestido, que lhe disse:
- Pedir esmolas não vai solucionar seu problema, filho. Vá para casa, estude, quem sabe um dia você não precise estar em um lugar como esse.
O garoto sentiu-se ofendido:
- Não estava pedindo esmolas - gritou colocando a nota de cem no peito do homem. - Pegue seu dinheiro, não preciso dele, preciso de uma oportunidade, e vou encontrar.
O homem estava maravilhado com o garoto, nunca havia conhecido alguém tão impetuoso em toda a sua vida, mas ainda era só um garoto, sujo, e assustado, então o homem disse:
- É uma oportunidade que você quer?
O garoto não respondeu, e o homem continuou:
- Está vendo essa indústria? Ela é minha. Eu sou o dono, no entanto você ainda é novo para trabalhar com o que fazemos aqui, porém eu tenho uma vaga de entregador de documentos, e pela sua juventude, pode ser o que estou procurando.
Os olhos do garoto encheram-se de entusiasmo. O homem retirou uma moeda, e estendeu para ele perguntando:
- Está com fome?
O garoto estava faminto, só consentiu com a cabeça.
- Pegue, vá tomar um café da manhã.- disse o homem.
Quando o garoto tocou a moeda com os dedos, o homem fez força e o garoto tentou arrancar a moeda, mas a força que o homem fazia não permitia que ele pegasse a moeda, então o garoto desistiu, e o homem disse:
- Vai desistir facilmente? Tente de novo, faça mais força.
Novamente o garoto tentou e depois de certo esforço conseguiu arrancar a moeda do homem, que finalmente concluiu:
- Tudo, absolutamente tudo na vida, requer esforço, para que seja valorizado. Nunca esqueça disso, coisas fáceis, não compensam, tudo que é adquirido com suor e trabalho, tem valor. O homem virou-se, e andou em direção à Limusine, entrando nela, ele só baixou o vidro e disse:
- Esteja aqui amanhã às 7:00h, estarei esperando você pessoalmente.
Naquela noite, o garoto e sua família, passaram fome, mas havia uma esperança, e um sorriso no rosto de todos, porque haviam livrado-se do pai, e agora o garoto tinha um emprego, para que pudessem sobreviver com a mãe e os irmãos."
Leyton olhou para Lyan profundamente e disse:
- Eu sei que contei essa história um zilhão de vezes, mas há algo que não contei... - Leyton fez uma pausa, e enfim concluiu - O garoto em questão, é seu pai, essa historia é real, eu era um dos irmãos. Tenha muito orgulho do seu pai, porque ele salvou a mim, a meus irmãos e a nossa mãe.
Lyan estava boquiaberto. Nunca imaginou que aquela história que antes ele achava chata, era a história de vida do seu pai. Finalmente entendeu o porquê de seu pai sempre ter sido tão forte e bem sucedido em tudo o que fazia. Lyan estava triste, mas naquele minuto, seu coração sorria...
- Vai desistir facilmente? Tente de novo, faça mais força.
Novamente o garoto tentou e depois de certo esforço conseguiu arrancar a moeda do homem, que finalmente concluiu:
- Tudo, absolutamente tudo na vida, requer esforço, para que seja valorizado. Nunca esqueça disso, coisas fáceis, não compensam, tudo que é adquirido com suor e trabalho, tem valor. O homem virou-se, e andou em direção à Limusine, entrando nela, ele só baixou o vidro e disse:
- Esteja aqui amanhã às 7:00h, estarei esperando você pessoalmente.
Naquela noite, o garoto e sua família, passaram fome, mas havia uma esperança, e um sorriso no rosto de todos, porque haviam livrado-se do pai, e agora o garoto tinha um emprego, para que pudessem sobreviver com a mãe e os irmãos."
Leyton olhou para Lyan profundamente e disse:
- Eu sei que contei essa história um zilhão de vezes, mas há algo que não contei... - Leyton fez uma pausa, e enfim concluiu - O garoto em questão, é seu pai, essa historia é real, eu era um dos irmãos. Tenha muito orgulho do seu pai, porque ele salvou a mim, a meus irmãos e a nossa mãe.
Lyan estava boquiaberto. Nunca imaginou que aquela história que antes ele achava chata, era a história de vida do seu pai. Finalmente entendeu o porquê de seu pai sempre ter sido tão forte e bem sucedido em tudo o que fazia. Lyan estava triste, mas naquele minuto, seu coração sorria...
Continua...
By Leonardo Amorim